Graindelavoix

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Graindelavoix

Fundado em 1999, o Graindelavoix é um conjunto musical e artístico sediado em Antuérpia. Liderado pelo diretor-fundador Björn Schmelzer, o grupo dedica-se a oferecer uma interpretação contemporânea e crítica de repertórios vocais, predominantemente históricos. O fascínio artístico, a sonoridade marcante, o estilo de performance plástica e a programação rigorosa do conjunto — tudo isso caracterizado por um toque singular — tornam-no único e difícil de situar no panorama artístico actual. O seu questionamento crítico de repertórios antigos — as suas dimensões estéticas e políticas, o seu deslocamento e alienação — trá-lo frequentemente a performances controversas nas quais o público é não apenas desafiado, mas também cúmplice.

Além dos cantores, músicos e "suspeitos” habituais do agrupamento, Graindelavoix colabora regularmente com outros músicos, artistas visuais, dançarinos e produtores de teatro. As colaborações incluem: Cesena (2011), com a companhia de dança ‘Rosas’ de Anne Teresa De Keersmaeker; Maastricht Cryptonomies (2014), com Manuel Mota e Margarida Garcia; e Epitaphs of Afterwardsness (2022), com o pianista Jan Michiels. Outros programas incorporaram textos de Samuel Beckett — no caso de And Underneath the Everlasting Arms, com o tema insónia; e configurações especiais para o público no local — como a maratona de quatro horas Gesualdo Tenebrae; colaborações com cantores sufis marroquinos (Hassan Boufous) e cantores bizantinos (Adrian Sîrbu).

Graindelavoix e Schmelzer realizaram três longas-metragens independentes, dos quais Ossuaires (2012) e Outlandish (2016) são apresentados como cine-concertos com banda sonora ao vivo. O mockumentary Van Eyck Diagrams (2021) é uma reflexão crítica sobre o pintor Jan van Eyck, pesquisa histórica da arte e marketing cultural contemporâneo. O filme foi exibido em Ghent (De Bijloke), Hanover (Kunstfestspiele Herrenhausen), Utrecht (Early Music Festival), Antuérpia (De Cinema) e Varsóvia (New Epiphanies). Outros projetos incluem exposições (Time Regained), projetos de livros e sites culturais (darkvaneyck.com).

De 2014 a 2019, Graindelavoix realizou uma residência de cinco anos na Fondation Royaumont, perto de Paris, produzindo novas obras, concertos e masterclasses. Actualmente, o conjunto apresenta-se em todo o mundo, tendo-se apresentado nos palcos mais importantes da música antiga e clássica, bem como em festivais de arte contemporânea. O selo Glossa, com o qual Graindelavoix lançou 18 discos (além de outros trabalhos em formato híbrido) desde 2004, lança um novo CD do conjunto todos os anos, produzido pelo engenheiro de som Alex Fostier. Cada gravação oferece uma nova experiência sonora ou interpretação de um repertório musical. O CD triplo “Tenebrae Responsoria” (2020) de Gesualdo foi aclamado pela crítica como uma gravação de referência, enquanto “Josquin The Undead” foi declarado a produção mais original do “Ano Josquin” em 2021, ganhando vários prémios. Ambos os discos receberam o prestigioso prémio Caecilia da imprensa musical belga, enquanto “Josquin The Undead” foi também premiado com o Preis der Deutschen Schallplattenkritik em 2022. Em 2012, o projeto sociocultural/CD “Muntagna Nera” (sobre o renascimento do chamado “blues da mina de carvão” de Limburg) foi lançado pela EMI/Warner. O conjunto recebe apoio estrutural da Comunidade Flamenga.

 


Músicos do ensemble


Fotos

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