Início
01 NOV 2024
Fim
07 DEZ 2024
Local
Oeiras
XVII WEST COAST – FESTIVAL MÚSICA ANTIGA DE OEIRAS 2024
A 17.ª edição do West Coast — Festival de Música Antiga de Oeiras tem uma programação intensa e subordinada à ideia-chave: 'Contrapontos'; paralelismos culturais Oriente-Ocidente; a convivência da escrita contemporânea com algumas das técnicas mais estritas de composição do período Barroco; os mundos musicais ibéricos da Renascença e Maneirismo e a escrita contrapontística transalpina, seja na escrita obsessiva. São suscitados também 'confrontos' instrumentais, uns mais explosivos artisticamente, outros mais inusitados; e ainda as estreias modernas de composições contemporâneas para instrumentos antigos.
A programação do festival regressa a repertórios de 'ouro' da Música Antiga Portuguesa, privilegiando, como sempre, o labor de reconstituição histórica por grupos especializados, como é o caso do Ensemble Arte Mínima, dirigido por Pedro Sousa Silva, que abre o festival com um programa variado de obras de Vicente Lusitano, um compositor português de origem africana que no século XV obteve uma reputação assinalável em Roma e no mundo musical da Contra-Reforma. Em contraponto com este programa, o Bando do Surunyo, agrupamento dirigido por Hugo Sanches, apresenta-nos um programa profano muito animado de Vilancicos, Tonos e Cantatas dos séculos XVI e XVII.
Ainda dentro do período histórico dos séculos XVI e XVII, o Ensemble Flores de Mvsica – Orquestra Renascentista apresenta o programa 'Niña Era La Infanta', o qual celebra a passagem dos 450 anos sobre o encontro de duas civilizações, a Japonesa e a Europeia, aquando da chegada da Embaixada do Japão a Portugal no ano de 1574. O Ensemble Flores de Mvsica apresentou já este programa em várias cidades do Japão, Tóquio, Yokkaichi e Nagoya, sendo esta celebração que encerra a 17.a edição do West Coast.
Dos restantes concertos, sobressai o programa 'Sempre Cânone', onde escutamos o contraponto obsessivo, mas maravilhoso dos cânones de Telemann, em paralelo com as estreias de obras contemporâneas para instrumentos antigos, um projecto muito particular do Duo Andrómedra. No concerto de 8 de novembro, escutamos, por sua vez, um diálogo inusitado entre o bandolim e o cravo, com o Duo 'Em Forma de Pera',, que explora repertórios mais desconhecidos que abarcam um período histórico mais amplo. Do período da Revolução Francesa, o pianofortista Michio O'Hara e o cravista João Janeiro apresentam um programa tardo-setecentista de diálogo-colaboração entre os dois instrumentos.
Paralelamente aos concertos, como sempre, o festival mantém a já esperada componente pedagógica e de captação de públicos, actividade com as oficinas, encontros com alunos dos conservatórios e apresentação de CD recentemente editados dedicados à difusão da Música Antiga Portuguesa. A bilheteira será gerida pela plataforma BOL.